sexta-feira, 2 de novembro de 2012

CHORORÔ

Casagrande com casa fortalecida

Terminada a eleição e considerando os resultados apontados nas urnas, pode-se afirmar que o grande vencedor desse pleito foi o governador Renato Casagrande e o seu partido, o PSB. Os socialistas foram primorosos na construção de um resultado que remete à reeleição de Casagrande, em princípio sem maiores dificuldades.
É inegáve, evidentemente, que a condição de ‘governo’, que o partido exerce hoje na política, facilita essa construção, mesmo assim não se pode negar o sucesso do partido da pombinha nas urnas.
O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) perdeu. A única vitória significativa dele nesse processo foi em Vila Velha, com Rodney Miranda (DEM). Em Cachoeiro de Itapemirim ele apoiou a reeleição de Carlos Castelione, mas o projeto lá é do PT e o prefeito vai rezar na cartilha do seu partido. 
Hartung perdeu em Vitória e Linhares. Na Serra havia a expectativa de ele subir no palanque de Vidigal, o que não ocorreu, então não ganhou e nem perdeu. O mesmo ocorrendo em Cariacica. Os resultados nas demais prefeituras não são significativos para um projeto político mais arrojado; devendo mesmo Hartung preparar o terreno para uma candidatura ao Senado.
O PT perdeu muito também. A manutenção das prefeituras de Cachoeiro e de Colatina não são suficientes para remeter João Coser a uma disputa vitoriosa para o Senado, nem somando as demais prefeituras conquistadas, pois são de pequeno porte. O PT vai mesmo ter de se engalfinhar nas candidaturas de deputados federal e estadual.
Imaginem só quem pode vir aí pelo PT para federal: Coser, Helder Salomão, Iriny e Givaldo.
Magno Malta e o PR também perderam! A única prefeitura de ponta que tinham, perderam, que era Vila velha, com Neucimar Fraga. Não ganharam nada de significativo; até mesmo o seu leal aliado na Serra, que é Vidigal, Magno perdeu. Caso Neucimar não migre para o PSB, o PR vem aí para federal com Vandinho e o ex-prefeito. O prêmio de consolação foi mesmo a vice do prefeito eleito Luciano Rezende, Waginho Ito, integrante do PR.
Quem não somou absolutamente nada a seu favor foi o senador Ricardo Ferraço (PMDB). Continua aquela liderança opaca, sem brilho, sem empolgar ninguém. Não se tem notícia de nenhum prefeito com o seu DNA. O único projeto político que lhe cabe para 2014 é ser candidato a governador, mas não tem base, sustentação para um projeto dessa magnitude.
No campo partidário, há também as suas constatações: o PSDB encolheu mais ainda. Na Serra, por exemplo, não era nada e ficou menor; em Vitória, não cabem duas candidaturas de federal, que seriam César Colnago e Luiz Paulo. Só mesmo uma robusta candidatura de presidente da República para fazer o partido voltar a crescer.
O PDT é uma legenda forte; tem uma boa bancada de deputado estadual e de federal, mas a sua maior liderança, Sérgio Vidigal, sai do seu terceiro mandato cabisbaixo, sem saber ainda o que lhe espera pela frente. Os deputados federal e estadual do partido não são da linhagem de Vidigal e não deve-se descartar uma divisão maior ainda dentro do PDT, entre Vidigal e Manato.
O PPS foi a sensação dessa eleição para prefeito. Elegeu dois: Juninho, em Cariacica, proporcionalmente o campeão de votos no Brasil no segundo turno; e Luciano Resende, em Vitória, que enfrentou a fúria de todo o grupo do PSDB e do PMDB e ainda a orquestração de boa parte da mídia e dos institutos de pesquisas.
Com essas vitórias, o PPS torna-se um agente ativo e importante na eleição de 2014. A questão é que o partido não dispõe de quadro político e nem técnico em quantidade e qualidade para atender à demanda emergente.
fONTE: Jornal Tempo Novo

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