sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Alunos estudam em espaço provisório desde 2009


Vilson Vieira Jr

 
Escola municipal atende a mais de 300 estudantes em uma sala de alvenaria e em quatro salas moduladas de PVC. Área foi emprestada pelo Centro Social, mas pais de alunos e a entidade cobram construção de nova escola.
 

O Centro Social de Nova Almeida (CSNA), uma Ong sem fins lucrativos que funciona no balneário, abriga em seu espaço, desde 2009, o funcionamento provisório da EMEF Valeriana Rosa Cezar. Segundo integrantes do CSNA, parte da estrutura do local foi emprestada à Prefeitura, por um prazo de um ano, até a construção da escola no bairro Parque das Gaivotas. 
Mas de acordo com a superintendente executiva da entidade social, Mariana da Silva Santos, e a assistente social Maria Helena Bosi, já faz três anos que a unidade de ensino continua no mesmo lugar, e em condições inadequadas para os alunos. “São cinco salas, sendo uma de alvenaria e quatro moduladas de PVC que atendem a mais de 300 alunos da 5ª a 7ª séries”, relatou Mariana. As integrantes afirmaram, ainda, que foi promessa do atual prefeito, em 2010, construir a escola assim que fosse licitada a área, que ficaria no campo do América. 
 
Prejuízos
Pais de alunos e membros do CSNA relataram que a escola enfrenta arrombamentos de vândalos que pulam o muro baixo que cerca o local, e a quadra (um campo de areia) não tem proteção contra chuva ou sol. 
De acordo com o líder comunitário de Parque das Gaivotas, Ozenir de Paula Ribeiro, o “Nilo”, muitas mães que moram no bairro estão revoltadas e reclamam da situação. É o caso de Cleonir Tavares Lopes, que tem dois filhos matriculados lá. “Acho a escola precária, não cabem mais crianças. O bairro precisa dela, pois aqui é muito grande. Quando cheguei, fiquei dois meses esperando por vagas. Também é muito longe do nosso bairro, tenho medo de as crianças serem atropeladas”, relatou.
E não são apenas os estudantes que ficam prejudicados. As 150 crianças atendidas pelo Centro Social ficam em um espaço limitado, sendo que outras 150 estão na lista de espera, pois não há espaço para abrigar esse número. 
“Em razão do espaço limitado que temos hoje, já perdemos oportunidades de receber recursos da Arcelor Mittal e do Criança Esperança para criar e ampliar o número de atividades oferecidas às crianças”, lamentou Maria Helena. O único projeto que funciona no CSNA é o Projeto Gaivota, que existe desde 2003, mas que não conta mais com o apoio da Arcelor. Segundo as integrantes da entidade, isso ocorreu pela falta de documentação atualizada do local referente à vigilância sanitária, bombeiros e alvará de funcionamento, já que o espaço passou por modificações importantes, como a construção das salas moduladas de PVC. 
A única ajuda ao projeto, hoje, vem da Prefeitura da Serra. “O dinheiro que recebemos ajudam nos recursos humanos e despesas com materiais. Temos, ainda, uma parceria com a Secretaria Estadual de Esportes (Sesport), com o projeto Esporte Pela Paz, em que nos é fornecido material esportivo, uniformes e funcionários”, relatou a superintendente, Mariana. 
 
Espaço definitivo
Segundo afirmou o presidente da comunidade de Parque das Gaivotas, Ozenir de Paula Ribeiro, a construção da nova unidade de ensino estaria condicionada ao início das obras do novo campo de futebol do time. Ou seja, a área, segundo ele, está liberada, mas os membros do América querem, antes, a construção do novo campo. Inclusive, o Tempo Novo já abordou essa questão em sua edição 987, de setembro deste ano. 
Sobre essa questão, a Prefeitura informou que uma área ao norte de Nova Almeida está em processo de desapropriação para construção do novo campo. Já quanto ao funcionamento provisório da escola no CSNA, a Secretaria Municipal de Educação (Sedu) explicou que, desde 2009, foi formado um comodato social com o Centro Social para utilização do espaço pelos estudantes até a construção da escola. A obra, segundo a Sedu, já está licitada e aguarda recursos para o início da construção. Na avaliação da pasta, pelo número reduzido de alunos (152 por turno), não há incidentes de arrombamentos registrados na unidade, mas a secretaria garantiu que vai contratar um vigilante. Sobre a cobertura da quadra, a nova escola será contemplada com um espaço coberto. 
Fonte: Jornal Tempo Novo

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