Iphan e Ufes devolvem o quadro da Reis Magos

O quadro ‘Adoração dos Reis Magos’ passou quatro anos e meio na Ufes, para restauração. Será reposto ao altar da Igreja de Reis Magos, em Nova Almeida, durante a Festa de Reis, próximo dia 6

 

A edição 2012 da secular Festa de Santos Reis que tradicionalmente acontece em Nova Almeida, Serra, a cada dia 6 de janeiro, terá colorido especial na próxima sexta-feira.

Após quatro anos e meio em processo de restauração, o singular quadro ‘Adoração dos Reis Magos’ retorna durante os festejos ao seu posto, o retábulo de madeira entalhada postado no altar-mor da Igreja e Residência de Reis Magos, símbolo maior de Nova Almeida.

A obra é única e relíquia sacra. Teria sido produzida por volta de 1587 pelo pintor e frei jesuíta Belquior Paulo, e levada para a Igreja de Reis Magos em 1701. Seria a primeira pintura a óleo sobre painel de madeira realizada no Brasil. Especialistas afirmam que seu valor é inestimável no mercado de artes. Historicamente a Igreja teve a construção finalizada em 1615.

 

Motivos

Por conta das intempéries da natureza e de outros processos degenerativos, a pintura apresentava sérias anomalias, como excesso de sujidade e ranhuras por exemplo. 

Foi então o quadro levado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para restauração no Núcleo de Conservação e Restauração (NCR) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em meados de 2007. Retorna somente agora, quando alguns moradores já o davam como perdido. 

“O retorno do quadro é uma bênção”, resumiu o coordenador da Comunidade Reis Magos, Adriano Machado. Informou que o retábulo e a porta do Sacrário também foram recuperados. 

 

Ufes

Do NCR da Ufes, o professor de artes Attílio Colnago informa que a demora na devolução do quadro se deu porque o Iphan ordenou a paralisação dos trabalhos iniciais que só seriam retomados em 2010, quando da efetivação do Termo de Cooperação Técnica entre o Instituto e a Ufes. “O atraso da devolução da pintura não é de responsabilidade  do NCR”, argumenta Colnago. O Iphan foi procurado para se posicionar, porém, até fechamento da edição a reportagem não obteve respostas.

Fontes: Ermi Scardini

              Lorena Vello