Redação Folha Vitória
Uma
denúncia sobre cargos fantasmas na Câmara Municipal de Vila Velha foi
investigada pelo equipe de jornalismo da TV Vitória.
Francisca Pereira da Silva, de 65 anos, é analfabeta e morava sozinha no bairro Morada da Barra. Ela contou que está desempregada há anos e que a casa onde morava teria sido dada de presente pelo vereador Almir Neres, do PSD de Vila Velha.
A reportagem procurou Dona Francisca para saber mais informações do caso. Com uma câmera escondida, uma produtora conseguiu conversar e descobrir detalhes da denúncia. Veja um trecho da conversa:
Francisca: A casa lá estava caindo, estava toda rachada. Aí ele mandou comprar essa aqui. Foi quando eu vim para cá.
Produtora: Mas foi ele que te ajudou?
Francisca: O vereador.
Produtora: Como é o nome dele?
Francisca: Almir Neres.
Produtora: É? Foi ele quem ajudou a senhora a comprar essa casa?
Francisca: Ele que me ajudou.
Produtora: A senhora sabe me dizer quanto ele pagou por essa casa?
Francisca: Olha, eu não sei dizer não.
Além da casa, Francisca ”ganhou” um emprego na Câmara de Vereadores de Vila Velha, como auxiliar de gabinete. Em conversa com a produção, a mulher afirma que não sabia os detalhes do cargo. Veja o trecho da conversa:
Produtora: Falaram que a senhora era funcionária da câmara, né?
Francisca: É.
Produtora: Falaram que a senhora ganhava quanto?
Francisca: Eu não sei não. Eu não sei porque sou analfabeta, não sei ler.
Produtora: A senhora é analfabeta?
Francisca: Analfabeta. Não sei ler, não sei escrever. Eu não sei nem quanto, mas sei que era funcionária da Câmara. Agora em setembro eu fui retirada porque mexi com a minha aposentadoria.
A nomeação de Dona Francisca foi publicada no Diário Legislativo, no dia 26 de janeiro de 2009. Segundo a tabela de remuneração dos funcionários da Câmara, o salário de auxiliar de gabinete seria de R$ 892,50. No Diário Oficial também aparece que Dona Francisca recebia gratificações, mas o valor não é revelado. As duas férias que a funcionária teria tirado também estão publicadas. Dona Francisca disse que nunca recebeu o dinheiro.
Produtora: Quanto que a senhora ganhava?
Francisca: Ah, eu não cobrava nada dele não. Eu o conheço, ele é muito meu amigo.
Produtora: Ah, ele é amigo da senhora, né?
Francisca: Eu ia mais para ajudar. Porque eu estava sem fazer nada, então fui ajudar. Ele me ajudava e eu o ajudava.
Produtora: Mas a senhora não tinha salário fixo?
Francisca: Não, nunca tive.
Após a denúncia, o vereador Almir Neres foi procurado no gabinete, mas não foi encontrado. Durante a apuração da denúncia, outra prática condenável na Câmara de Vila Velha foi descoberta: a falta de transparência.
Apesar de uma lei federal, sancionada há mais de um ano, determinar que todos os órgãos públicos devem publicar na internet informações sobre servidores, salários, despesas e receitas, a Câmara se recusa a cumprir a exigência. Por isso, no dia 06 de dezembro deste ano, a produção da TV Vitória protocolou um pedido de informação. Após uma semana, o pedido foi negado. Ao tentar justificar o sigilo das informações, uma funcionária da Câmara confirmou que o vereador está sendo investigado e que o processo está tramitando em segredo de justiça.
Diante da revelação de que o caso é investigado pelo Ministério Público, Dona Francisca não foi encontrada na casa onde morava.
Fonte: TV Vitória
Francisca Pereira da Silva, de 65 anos, é analfabeta e morava sozinha no bairro Morada da Barra. Ela contou que está desempregada há anos e que a casa onde morava teria sido dada de presente pelo vereador Almir Neres, do PSD de Vila Velha.
A reportagem procurou Dona Francisca para saber mais informações do caso. Com uma câmera escondida, uma produtora conseguiu conversar e descobrir detalhes da denúncia. Veja um trecho da conversa:
Francisca: A casa lá estava caindo, estava toda rachada. Aí ele mandou comprar essa aqui. Foi quando eu vim para cá.
Produtora: Mas foi ele que te ajudou?
Francisca: O vereador.
Produtora: Como é o nome dele?
Francisca: Almir Neres.
Produtora: É? Foi ele quem ajudou a senhora a comprar essa casa?
Francisca: Ele que me ajudou.
Produtora: A senhora sabe me dizer quanto ele pagou por essa casa?
Francisca: Olha, eu não sei dizer não.
Além da casa, Francisca ”ganhou” um emprego na Câmara de Vereadores de Vila Velha, como auxiliar de gabinete. Em conversa com a produção, a mulher afirma que não sabia os detalhes do cargo. Veja o trecho da conversa:
Produtora: Falaram que a senhora era funcionária da câmara, né?
Francisca: É.
Produtora: Falaram que a senhora ganhava quanto?
Francisca: Eu não sei não. Eu não sei porque sou analfabeta, não sei ler.
Produtora: A senhora é analfabeta?
Francisca: Analfabeta. Não sei ler, não sei escrever. Eu não sei nem quanto, mas sei que era funcionária da Câmara. Agora em setembro eu fui retirada porque mexi com a minha aposentadoria.
A nomeação de Dona Francisca foi publicada no Diário Legislativo, no dia 26 de janeiro de 2009. Segundo a tabela de remuneração dos funcionários da Câmara, o salário de auxiliar de gabinete seria de R$ 892,50. No Diário Oficial também aparece que Dona Francisca recebia gratificações, mas o valor não é revelado. As duas férias que a funcionária teria tirado também estão publicadas. Dona Francisca disse que nunca recebeu o dinheiro.
Produtora: Quanto que a senhora ganhava?
Francisca: Ah, eu não cobrava nada dele não. Eu o conheço, ele é muito meu amigo.
Produtora: Ah, ele é amigo da senhora, né?
Francisca: Eu ia mais para ajudar. Porque eu estava sem fazer nada, então fui ajudar. Ele me ajudava e eu o ajudava.
Produtora: Mas a senhora não tinha salário fixo?
Francisca: Não, nunca tive.
Após a denúncia, o vereador Almir Neres foi procurado no gabinete, mas não foi encontrado. Durante a apuração da denúncia, outra prática condenável na Câmara de Vila Velha foi descoberta: a falta de transparência.
Apesar de uma lei federal, sancionada há mais de um ano, determinar que todos os órgãos públicos devem publicar na internet informações sobre servidores, salários, despesas e receitas, a Câmara se recusa a cumprir a exigência. Por isso, no dia 06 de dezembro deste ano, a produção da TV Vitória protocolou um pedido de informação. Após uma semana, o pedido foi negado. Ao tentar justificar o sigilo das informações, uma funcionária da Câmara confirmou que o vereador está sendo investigado e que o processo está tramitando em segredo de justiça.
Diante da revelação de que o caso é investigado pelo Ministério Público, Dona Francisca não foi encontrada na casa onde morava.
Fonte: TV Vitória
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