Prefeito pode vetar aumento de salário dos vereadores da Serra

Tiago Félix
Da Redação Multimídia

foto: Divulgação

Polêmico projeto de reajuste salaria foi votado por vereadores na quarta-feira

O projeto de aumento salarial dos vereadores da Serra, aprovado nesta quarta-feira (28), pode ser vetado pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Vidigal disse que uma análise contábil será feita pela prefeitura e que, se o percentual afetar as contas públicas, ele será vetado. O prefeito tem 15 dias para analisar o projeto. Os vereadores aprovaram um reajuste de 61% do próprio salário e 23,5% do subsídio do prefeito a partir de 2013.

“Nós entendemos que não pode ser nenhum um índice que seja diferente dos servidores, pois a fonte de recurso é a mesma. Nós queremos conhecer detalhadamente o projeto e se o índice for diferente, iremos chamar o presidente da Câmara e não sancionar a lei”, explica o prefeito.

Caso o projeto seja sancionado o salários dos vereadores passa de R$ 5.7 mil  para R$ 9.2 mil. Já o salário do prefeito passa de R$ 14,8 mil ara R$ 18,3 mil. O futuro vice-prefeito também receberá aumento no salário, passando de R$ 11,8 mil para  R$ 14,7 mil. E os secretários municipais, que atualmente recebem R$ 8,7 mil passarão a ganhar R$ 9,3 mil.

População indignada

foto: Tiago Félix | Rádio CBN Vitória (93,5 FM)

Para o mestre de obras Benedito Falcão, a aprovação do projeto é uma violência contra a população da Serra

Os moradores estão insatisfeitos com o aumento salarial e a rapidez com que ele foi aprovado pelos vereadores. O agente penitenciário Jailson Costa, 34 anos, morador de Manoel Plaza, diz que o dinheiro deveria ser investido na cidade. Na região onde mora, segundo ele, falta escola, praças e até posto de saúde.

"Se esse aumento desse algum retorno para população tudo bem. Você não encontra vereador trabalhando de verdade. Você só encontra na época de eleição. No resto do ano todos somem", diz.

Outro que ficou indignado foi o mestre de obras Benedito Falcão, 54 anos. Ele frisa que aprovação do projeto é uma violência contra a população da Serra. "No mínimo essa lei é imoral. Eles alegam legalidade, mais é imoral. Eles nem mereciam o salário que estavam ganhando. Os líderes de comunidades trabalham mais do que eles e são voluntários. Por que eles não trabalham voluntariamente?", questiona.

A doméstica Rosane da Conceição Ferreira, 30 anos, diz que o aumento do salário do trabalhador deveria ser o mesmo. "Esses políticos trabalham uma ou duas vezes por semana e ganham um dinheirão. Nós trabalhamos todos os dias e ganhamos tão pouco. O povo não pode esquecer dessas coisas absurdas e se vingar dos parlamentares agora nas eleições", frisa.
Fonte: CBN Vitória